sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Mais 4 semanas e c'est fini

Embora aqui onde eu estou não tenha visto até agora um pinheirinho decorado de bolinhas coloridas sequer, uma árvore enfeitada que seja, já que árvores não faltam pra essas bandas, aquele frisson natalino ja vai encostando no povo.

Muitos colegas deixarão este país encravado no coração do continente africano para curtir as festas de fim de ano em suas casas, a ver a neve cair do lado de fora (a maioria vem do velho continente), jingle bells e tal. Outros poucos chegarão um pouco antes para ter a experiencia de dividir essa data com um bando de outros seres àvidos por não deixar passar em branco o dia em que aquele velhinho barbudo ganhou uma roupa vermelha de uma certa empresa gringa de refrigerantes. Ok, também se comemora o nascimento de um outro barbudo, embora se saiba que a data foi atribuída por um cara do meio clerical ha muuuuuuito séculos atrás e não é portanto a data real de nascimento deste que considero um grande revolucionário pela justiça social em seu tempo. Deixo as tintas religiosas para quem assim o prefira.

Eu, particularmente, prefiro a passagem de ano. Embora possamos nos esforçar a pensar que é apenas uma mudança de data como qualquer outra, a idéia de mais um ciclo que começa permite uma certa renovaçao de energias, de revisão de projetos para realização de sonhos nascidos em outros anos.

O ano de 2011 vai terminando e até que foi um ano diferente. Aliás, depois que comecei com essa história de dedicar-me ao trabalho humanitário, é dificil ter um panorama claro de como vai ser o ano, pois sempre se vai a lugares novos, desconhecidos, trabalhos e desafios ímpares, pessoas de todos os cantos do mundo farão parte da cena, alguns continuarão a fazer parte de nossas vidas ainda que nos despidamos fisicamente em algum ponto. Enfim, 2011 foi assim. Vim para ficar três meses, no total ficarei dez. Começarei o ano de 2012, aquele que os Maias afirmaram será o fim do mundo, com os pés na Africa. Comecei 2011 com os pés na cobertura de um edificio na região mais paulista da capital paulista, a Avenida Paulista. Comecei portanto 2011 dentro do que é a essencia de minha urbanidade paulistana, com direito à voltar para casa de metrô às 6 da manhã, cruzando com uma imensidão de gente voltando também de suas comemorações, vivendo o movimento de uma cidade que não para nunca. Terminarei o ano de 2011 num contexto bem diferente, em nosso compound com uma boa dose de criatividade para preparar a ceia, já que aqui não basta dar uma passadinha naquele supermercado 24 horas para comprar aquele ingrediente que falta.

Estarei com uns quinze colegas, cada um com seus costumes e nisso vamos ver no que dá. No fundo é esse o grande atrativo. As festas de fim de ano terão um pouco de cada um e esta será a grande riqueza da festa.

Ah sim, as pessoas daqui no dia de Natal irão à igreja, depois se reunirão em família e comerão uma refeiçao especial. Não é tão diferente assim. Só não tem a coisa de trocar presentes. Afinal, isso é coisa de quem inventou o shopping center.