sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Morro dos Ventos Uivantes

Enquanto disputava o teclado do meu notebook com uns cinco tipos de insetos de diferentes espécies para abrir minha página do feicebuque, já pensava nesse disparate entre o mundo da selva, representado por esses pequenos seres e meu acesso à internet. Enfim conectada ao meu circuito virtual, minha amiga Lu havia deixado um cometário sobre a obra de Emile Bronté, “O Morro dos Ventos Uivantes”. A coisa é que li esse livro quando eu tinha apenas doze anos e não sei dizer se foi adequado ou não. O livro era um brinde de uma revista feminina, Nova, Claudia, uma dessas. Aliás, poucos anos depois minha mãe achou por bem me comprar eventualmente a Capricho, uma versão adolescente dessas revistas permeadas de dicas infaliveis para manter um tórrido romance com o gatinho, moda, cosméticos e astros que nunca chegaram realmente a ser meu interesse principal,, embora os posters nas paredes de meu quarto não escondiam o fato que que Top Gun era meu filme número um. Mas seguramente, aquele livro e a sequencia de injustiças sociais e amorosas vividas pelas personagens foram bem marcantes e nem mesmo a parte da morte da mãe de Bambi no filme da Walt Disney me tocou tanto.

Já crescidinha, eu vi umas versões do livro adaptadas para a sétima arte, uma em preto e branco com final feliz, David Niven acho, no papel de Heathcliff, nada a ver com aquele mundo que me ficou do livro. Bom, é verdade que há coisas que eu vou deixar para a poltrona do meu futuro / da minha futura psicólogo/a.

Pois bem, o Morro dos Ventos Uivantes, cujo título em inglês é Wuthering Heights também é o título de uma música de Kate Bush (ok, agora tenho 8 insetos da mesma espécie na minha tela, terei que terminar antes que eles tomem conta de todo o espaço ainda iluminado no meu quarto, porque acabou a energia). Eu só fui saber anos e anos e muitos anos depois que a música era uma referencia ao livro mais marcante de minha pré-adolescencia. E a música é mais velha que uma boa parte de meus atuais colegas de trabalho, que me perguntaram dias atras se eu conhecia o filme Top Gun (eu tive que dizer que vi o filme cinco vezes no cinema, informação um tanto quanto reveladora).

Tudo isso para dizer que o mundo dá voltas. Minha amiga Lu vai ter bebê, o livro continua um clássico, meus colegas não conhecem Kate Bush e eu vou dormir debaixo da tela anti-mosquito para me proteger de toda essa “fauna” invertebrada.