terça-feira, 17 de maio de 2011

Acredite se Quiser

Em algum ponto da transição entre minha infância e minha adolescencia que não sei precisar, um dos grandes programas familiares era ver um programa de TV chamado “Acredite se Quiser”, apresentado por Jack Palance, um ator desde filmes de terror à filmes de faroeste que segundo minha mãe, parecia muito com seu pai (ou simplesmente meu avô) e talvez justamente por isso, ela raramente se juntava a nós.

O programa mostrava curiosidades do mundo animal, fazia tambem as vezes de circo dos horrores mostrando deformidades humanas e tinha ainda seu lado livro dos récordes exibindo coisas como o homem mais forte do mundo, a mulher mais cabeluda, o animal mais veloz, concursos de quem come mais cachorros-quentes em menos tempo e assim por diante. Ao final de cada bloco, sempre havia um “Você sabia...?”.

Mas por que tive esse devaneio nostálgico? Estou nesse pequeno e simpático hotel (www.2friends.info) em um vilarejo de Uganda chamado Jinja, com direito à TV a cabo, um dito luxo nessa semana de férias de um lugar que nem sequer existe televisão. Vejo o Discovery Channel e me admiro como eles conseguem preencher uma semana inteira e o dia todo sua programação com os mesmos temas que faziam nossa alegria uma única hora por semana décadas atrás (literalmente falando!). A grande questão é: Será que hoje existe algum programa com o poder de juntar toda a família?

3 comentários:

Lucy Leite disse...

Eu também assistia a "Acredite se quiser" na época em que a gente não tinha uma televisão por pessoa da casa e o aparelho sempre ficava na sala. Não acho necessariamente ruim e a família não se junte diante da televisão, o problema é que hoje muitas não se juntam de jeito nenhum. Mas, de novo, será que é necessário que todas as famílias sejam tão unidas?

Que bom que você começou o seu blog, Ju! Estou feliz!!! Que legal vai ser ler seus causos!

Um beijão e se cuida muito por aí!

Lak disse...

Sabe o que pensei quando li esse teu texto, Ju? No prazer das pequenas coisas que, por causa da rotina, a gente ignora.
Fiquei anos sem assistir televisão - porque não tinha legenda disponível - e quando, em 1994, deparei-me pela primeira vez, com um canal a cabo e programas legendados, foi como encontrar um oasis depois do deserto de escassez de entretenimento. Entendo perfeitamente porque você se prestou a escrever sobre se deparar com o Discovery!!
Parabéns pelo blog... Vou vir sempre ler suas aventuras...
Beijinhos
Lak

Julia disse...

Valeu Lak, é sempre bom ter bons companheiros de viagem, especialmente quando é alguém com a sensibilidade de perceber e transmitir o prazer de grandes pequenas coisas como você. beijão