terça-feira, 17 de maio de 2011

O Mistério do Nilo

Sempre associei o Rio Nilo ao Egito e não é por menos. Nas longínguas aulas de história, eu costumava viajar naquelas ilustrações que buscavam retratar as civilizações antigas e entre elas não poderiam deixar de estar os egípcios e sua íntima relação de amor e negócios com o Nilo. Via-os com suas vestimentas, carregando mercadorias e navegando por aquele imenso rio.

O Nilo também apareceu nas aulas de religião. Afinal, foi no Nilo que deixaram Moises para que ele fosse salvo e anos depois desse inicio à primeira versão do código civil.

Na minha adolescencia, o rio Nilo ressurgiu em minha vida graças a uma das minhas bandas preferidas de então, a Capital Inicial, que cantava aquela música chamada “Descendo o rio Nilo” (A Europa está um tédio, vamos transar com estilo, nós só temos um remédio, descendo o rio Nilo...), que pensando bem, não é exatamente um supra-sumo poético mas não posso deixar de pensar que quando a ouvia não fazia mínima idéia de que um dia eu estaria ouvindo “tambores, tremores vindos da Africa”.

É em Jinja, Uganda, onde supostamente nasce o Nilo, ali se misturando ao lago Vitoria. Digo supostamente, porque o mapa aponta duas nascentes e eu nunca vi algo ou alguém nascer em dois lugares diferentes. Afinal, nascente é onde começa o rio, é, segundo meus parcos conhecimentos de geologia, aquele ponto onde as águas do rio vão mostrar a cara ao mundo pela primeira vez. Mas em Jinja é assim, o Nilo tem duas nascentes, com uma distancia aproximada de uns 200 metros uma da outra. Para complicar ainda mais a situação, o guia que conseguiu me fisgar e por 8 dólares me levou para um passeio de barco de uma nascente à outra, disse que os ruandenses reivindicam para eles a nascente do rio, que segundo ele faz questão de dizer em tom altamente patriótico, não é verdade. O rio nasce ali, às marges no Lago Vitória, o maior lago da Africa e outro patrimonio nacional ugandense, não 100%, já que ele é dividido entre Uganda, Tanzania e Quenia.

Nesse passeio, vi um bom exemplo de saber explorar uma fonte turística. Fizeram no meio das águas duas pequenas ilhas artificiais. Uma povoada de centenas de pássaros de todos os tipos e outra bem ao lado da nascente (qual mesmo?) do rio, que aparentemente fica no fundo das águas (a nascente, não a ilha), devidamente abastecida de uma lojinha de artesanato e uns banquinhos para que possamos desfrutar da paisagem, que por sinal é belíssima, isso não posso negar. Na ilha dos pássaros, havia um pequeno crocodilo perdido, já que também conseguiram dar um jeito para que eles não circulassem por ali, pois lugares feitos para que turistas possam apreciar a natureza não são feitos para alguns membros da natureza. E “eu fico pensando no que você faria, se tivesse visto aquilo, o que, o quee???”

Ao final das contas, nem o wikipedia me deu a resposta, mas pensando que o Nilo ainda terá milhares de quilómetros e muitos crocodilos pela frente até chegar ao mediterrâneo e que deste mesmo rio já nasceram tantas histórias, não saber precisar onde ele começa pode não ser a coisa mais importante do mundo. Mas eu estive lá perto, isso sim importa! “Amor de crocodilo, descendo o rio Nilo, amor de crocodilo, descendo o rio Nilo”.

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